sábado, 25 de fevereiro de 2012

Amor


[E como não seria?
É ele, pois nunca me imaginei outra coisa que não eu só. É ele, porque nunca esperei nada que não fosse o meu próprio futuro, a minha independência, os meus sonhos e os planos que construí encimados em mais ninguém, enquanto as boas meninas suspiravam em coro pelo quanto antes possível dia de se verem radiantes em vestidos brancos, braços dados com uma galã exalando luz e perfume Kaiak, chamando uma casinha com cerca bem pintada de lar. É ele, pois eu revirava os olhos aos príncipes e generalizava a vida em sapos seguidos de sapos. De sapo em sapo, se fazia certeza que por mim e pra mim seria feito tudo que houvesse amanhã. É ele, porque ele não estava sequer entre as últimas coisas que eu podia querer um dia.
E quem sou eu agora pra imaginar outra coisa que não nós dois. Se espero por amanhã, é por razão e circunstância tão bem definidas quanto são nome e sobrenome. Quanto antes possível seja o dia em que estarei ao seu lado e, ainda que eu dispense os altares e sonhos regados a glacê, de braços dados pro daqui em diante. Pois é ele, pre-sen-te, com todas as sílabas e sentidos pra não deixar dúvidas, já que passado, aquele passado tão meu que me sufocava o futuro, já não existe mais. Amanhã será por nós. E como não seria? Príncipe, sapo, é ele. E é tudo que eu preciso chamar de meu.]

Humor


Todo o crédito a Oswald de Andrade. Quanto às entrelinhas... cada um sabe das suas.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Caro leitor,


Como você já deve ter notado, o Conta-gotas anda meio seco há algumas semanas. Queria, então, deixar registradas as minhas explicações, pois ainda que o blog pertença a mim, um texto não é um texto se não há quem o leia. A você que continua dando sentido ao meu escrever, aqui vão os pormenores da falta d'água.
O Conta-gotas andava tão capenga de atualizações que até o dia da publicação desse post que agora vos fala a idade da autora constava ali, no canto direito, como 16 anos. Pois bem, comecemos a criar vergonha na cara por aí. Depois do dia 6 de janeiro, passei a ter 17. Essa informação altamente relevante serve pra mostrar como o blog foi 'largado de barriga' nos últimos tempos. Mas não me entenda mal, não é obra do meu desleixo. Acontece que nos tais últimos tempos houve uma imensa falta de tempo e falta de organização para utilizar melhor o que eu tinha, principalmente em fevereiro. Ultimamente me dedico a escrever números e letras, números + letras, números - letras, números x letras e, quando tenho sorte no final, números = letras. O estudo tomou boa parte da minhas obrigações, mas o que me preocupa é a disponibilidade que sobra da minha atenção ao que faço por pura vontade e prazer, como escrever aqui. Não tenho a menor intenção de abandonar o blog é a mesma ladainha que repito desde o santo dia em que o criei e pretendo repetir até que a situação esteja irremediavelmente insustentável. Hoje, não é o caso. Assim, com o intuito de evitar que isso aconteça, para o meu bem e felicidade geral do meu coração, pretendo - veja bem, eu disse pretendo - publicar ao menos 1 (um) texto por semana, o que provavelmente ocorrerá aos sábados domingos, sabe-se Deus a que horas. Resumindo: diga ao povo que escrevo.
Por fim, um pedido que não deixa de ser atrevido. Não desista de mim, leitor. Não é a primeira vez que lhe peço isso, talvez eu venha pedindo desde o primeiro post no dia 28 de fevereiro de 2010, quando o Conta-gotas ainda era Lari's Hut e eu mal sabia o que estava dizendo, mas silenciosamente aguardava sua presença na próxima vez que quisesse confidenciar uma ideia. Aqui, não há encontros marcados, não há horários nem cumprimentos, nada que lembre de longe um compromisso. Só eu, você e meia dúzia de palavras nos tornando mais íntimos que quaisquer velhos amigos, sem, no entanto, termos sido apresentados. Portanto, a casa é tão minha quanto sua, entre e sinta-se à vontade. O Conta-gotas continuará derrubando seus pingos enquanto o leitor estiver aqui pra se molhar.