sábado, 22 de maio de 2010


E então, você cisma que tem jeito. Jeito pra achar a saída do beco sem saída, pra tornar possível o impossível, pra descer pra cima, pra entrar pra fora. Não importa quanto tempo gaste, nem quanto esforço isso te custe, afinal de contas você se vira mesmo, né.
Engraçado esse talento pra correr atrás do que você quer, atropelar todos os nãos e derrubar os próprios muros que seu último pingo de razão constrói, sem ligar pro que resta de si mesma no final. Se você tem complexo de Hércules, dane-se se é um dragão ou um coelho adestrado ali no meio do caminho, e se tudo que você tem nas mãos é um gloss. A primeira pergunta que te vem à cabeça quando um abismo de 97147911297312 metros se ergue bem na sua frente é "Por que não?". Ah claro. Seguida da resposta "Ah, é só um buraco."
Relaxe. Tem razão, é só um buraco. E você ainda tem pelo menos mais 11 trabalhos pra fazer.

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Como eu faço se pra seguir as pernas tremem e pra ficar um nó aperta na garganta? Como eu faço se é vazio sem e é sufocante com? Como eu faço se sobra coragem pra pular mas faltam as asas pra permanecer voando? Se nada é forte pra manter mas é tão frágil que tem que se agarrar em algo?
E se eu resolver não tentar de novo? E se eu enfiar na cabeça que não tem mais jeito? Você vai me fazer mudar, vai me dizer que é besteira e me fazer acreditar em qualquer coisa que valha a pena? Pois é. Eu queria.
Negue minhas besteiras. Diga que sou tonta demais pra enxergar que você está comigo, e que é assim que vai ser. Me faça pular, de cabeça se possível, mas pule ao meu lado. Se eu só encontrar sua mão e mais nada, tudo estará bem. Os pecados perdoados, os nós desfeitos, os problemas distantes demais. Me obrigue a ouvir isso tudo de você.

sábado, 15 de maio de 2010

Stop. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Parei pra parar, simplesmente parar. As coisas andam corridas por aqui, ninguém se olha mais nos olhos, aliás, eles quase nem respiram... estão ocupados demais. Os passos apressados nas ruas passam também pela minha vida, porque eu noto; ou tento notar. São pessoas exaustas, tanto que alguns nem isso demostram, permanecem inertes, quase crus.
É por isso que parei, no meio do nada, na frente de tudo, olhando pra essa loucura a deram o nome de vida. Eu parei pra pensar, pra ver quantas e quantas besteiras eu fiz em dois segundos, pra prometer em outros dois segundos que não ia acontecer de novo. Eu parei pra escutar o barulho ensurdecedor do silêncio, que enchia tudo em volta, que balançava as paredes, que tremia o chão. Que era calmo. Parei pra esquecer o passado, sem lembrar que havia um futuro, apenas cada migalha do presente que eu tinha nas mãos. Presente. Sim, isso era o que eu tinha. Um grande presente do tempo, que me deixou abrir os olhos por um segundo efêmero, um segundo de atrevimento em que eu encarei o mundo, finalmente, como ele sempre devia estar.

domingo, 9 de maio de 2010

Incomum


Às vezes eu me pergunto o que é que estou fazendo aqui. Olho pras outras pessoas e vejo nelas uma figura concreta, tão racional e aparentemente tão sã que chego a pensar no meu possível defeito. Ou defeitos.
Eu não sou igual. Eu sou uma garota que não gosta de rosa, não ouço boy band e não sei andar de salto. Eu não sei controlar o riso, não sei consolar, e odeio que me tratem como alguém que precisa de cuidado o tempo todo. Não sou frágil, mas choro rios de lágrimas, principalmente quando estou morrendo de raiva. E chorar na frente dos outros me deixa indignada comigo mesma, por não ser suficientemente controlada, por não ter domínio nem sobre mim, que dirá sobre meu coração. Aliás, não sei gostar. Não sei a medida certa entre o que é bom pra mim e o que me machuca. Não sei dizer "eu te amo" sem tremer a voz. Não sei sambar, quase já furei o olho tentando passar rímel e uso uma fitinha laranja toda esmiuçada no braço. Não sei sequer fazer uma trança no biscoitinho de nata. Troco uma festa badalada por um canto quieto no meu quarto e um amontoado de livros pra noite toda. Não preciso fechar os olhos pra sonhar, nem abri-los para enxergar direito as coisas. Às vezes, tento sem sucesso abraçar o mundo todo com meus braços tão curtos. Assisto jogo de futebol com duas camisas do Flamengo, uma bombinha e um terço. Amo comer pizza com minhas amigas e amo ficar sem ar rindo com elas. Fico com a cabeça vazia e com o coração cheio de algo que não sei descrever toda vez que paro minha vida pra olhar a chuva. Penso em todo o tipo de coisa antes de dormir. Cismei que uma estrela que aparece sempre no mesmo lugar na janela é minha, e faço o mesmo pedido a ela todas as noites: amar com tanta intensidade minha família e meus amigos que possa fazê-los felizes, alegres, mesmo que por dois segundos. Não sou fresca, tenho joelho ralado e já caí de bicicleta mais do que andei em cima dela. Não consigo disfarçar, nem parar de alimentar esperanças mesmo quando tudo diz que vai dar errado. As palavras fazem gato e sapato de mim, teimam em não ser ditas direito quando preciso, teimam em se esconder quando procuro alguma que seja suficiente.
Não sei se é só comigo. Talvez eu seja uma louca no meio de tantos perfeitos, ou, quem sabe, mais uma que resolveu falar.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


A verdade é que existem pessoas sem as quais a nossa vida fica vazia, inepta e plastificada.
Na alegria, elas estão lá, iluminando cada pedacinho do céu, deixando-o maior para você poder olhar bem, para você enender que cada estrela, cada brilho e cada centímetro daquela imensidão podem ser tocados com a ponta dos dedos.
Na tristeza, elas emudecem, porque tudo o que pode preencher o seu coração é o silêncio, mais compreensivo que qualquer palavra quando bem compartilhado; seus ombros estão sempre por perto, ao lado, bem aqui, e parecem esperar pacientemente que você feche os olhos e apenas se apoie - chore.
Mas há certas horas, quando você pensava que essas pessoas eram magnificamente indestrutíveis, inabaláveis e um apoio forte o suficiente para sustentar o mundo inteiro e suas lágrimas, tudo desmorona. Então, o apoio mais sincero é o seu ombro, e chegou a sua hora de erguer corajosamente aqueles que te seguraram por tantas vezes, por tanto tempo.
Não negue isso a elas.
Ilumine seu céu e, se conseguir mostrá-los a metade das estrelas que um dia deixaram à vista pra você, acredite, terá feito um ótimo trabalho.

sábado, 1 de maio de 2010

Convencional e emotivo


Existe uma profunda disparidade entre o convencional e o emotivo. O convencional é aquilo que rege os homens e suas frágeis mentes, o que faz da vida um simples detalhe em meio ao cotidiano regrado, a sonhos de plástico, amores de plástico, faces de plástico, dedos de plástico. O convencional faz calar, faz cegar e faz seguir passos meticulosamente programados. Já o emotivo foge ao coerente, traduz o espelho das vontades e do querer, mesmo que banal; o emotivo faz do medo algo incrivelmente verdadeiro em tempos onde as sensações se limitam a um monossílabo superficial, um "Oh" ou um "Ah", apenas por compostura. O que vem do emotivo tira as pessoas da bolha convencional e suspende nossos pés, para que os estilhaços da vida que passa por cima de tudo não nos cortem.

Gorillaz



Se você ama cartoon e músicas com um som diferente, criativo e contagiante, com certeza você conhece o Gorillaz.


A banda foi criada por Damon Albarn, vocalista do Blur, em parceria com o cartunista Jamie Hewlett. Damon é louco por cartoons, como já declarou várias vezes: "Personagens como o Pato Donald e o Pernalonga estão por aí há cinquenta anos, e toda vez que os vejo na TV, é como se assistisse a velhos amigos. Tem alguma coisa nos cartoons... Eles podem ser tão rudes e ultrajantes quanto quiserem, mas você sempre irá gostar deles." A paixão por desenhos e pela música fez unir o útil ao agradável, e deu origem à banda virtual mais bem-sucedida de todos os tempos.
Se você ainda não sabe bem o que os caras fazem, ouça Clint Eastwood, 19-2000 e Feel Good Inc. que você vai entender direitinho. Enjoy! \o/