quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tudo estava bem.


Confesso que não entendi direito o que estava acontecendo.
Fiquei lá, olhando pela primeira vez a página 590, meio abobada, meio ansiosa, com um nó sufocante no fundo da garganta.O fim estava bem ali, no último ponto final daquela folha.

Tudo estava bem.

Não, não estava não. Li uma, duas, dez, cinquenta vezes a última frase. Onde estava o resto? E o que acontecia depois? Nos acostumamos a ter sempre uma nova linha pela frente. Nos acostumamos a sorrir e chorar com o garoto da cicatriz na testa, a seguir seus passos. O fim parecia algo muito, mas muito distante, e havia sempre o conforto de um novo livro pela frente. Agora, não havia mais nada além daquele último ponto na página 590. Não sei como aconteceu, mas passou rápido demais.
O final chegaria. Mas nunca pensei que fosse me sentir tão... vazia. Uma parte de mim ficava ali, junto com aquele encerramento. Uma perte enorme, que esperava o tal garoto da cicatriz entrar mais uma vez no Expresso de Hogwarts ou jogar mais uma partida de quadribol. Enquanto 19 anos voaram na frente dos meus olhos, fiquei parada no tempo, desejando infantilmente voltar ao armário embaixo da escada e começar tudo de novo. Chorei, mas não foi de tristeza.
Foi de orgulho, por ter acompanhado Harry até o fim.

sábado, 20 de novembro de 2010


Eu dei um tempo.
É, nem sempre dá pra seguir desabalado por uma estrada. As ideias começaram a rarear, não estão mais firmes nem melhores do que antes. Por isso resolvi parar um pouco pra colocar a cabeça no lugar, me lembrar do que é realmente importante e vale a pena compartilhar com as pessoas aqui no blog. Eu espero não ser uma perda de tempo pra quem ainda se dá ao trabalho de voltar aqui; do mesmo jeito que gosto de ler textos bonitos e coisas interessantes, gostaria de oferecer alguma coisa legal pra quem visita o Lari's Hut. Então, acho que é hora de organizar a casa, o blog, eu mesma, a vida, enfim.

domingo, 7 de novembro de 2010


Você fala, eu escuto. Você pergunta, eu gasto minha sanidade atrás de uma resposta. Você chora, choramos as duas. Você ri, eu compartilho o motivo e a risada... bem, somos duas palhaças. É incrível como duas pessoas tão diferentes podem se dar tão bem. É incrível como alguém pode confiar tanto em outra pessoa como eu confio em você.
Amizade. Você me ensinou que vai além de dividir um sentimento grande demais pra um só suportar, seja a alegria ou a dor. Amizade é quando você está aqui e também quando não está. É deixar o tempo passar, mas não deixá-lo se sobrepor, e mesmo depois de 1, 2 ou 10 anos lembrar daquela piada ridícula que rendeu um apelido e meia hora de risadas. É contar os dias, contar os segredos, contar a vida. É puxar a orelha na hora certa, e te puxar pra cima quando se está próximo demais do chão. Amizade é ser filha única e ter uma irmã.
Eu já te disse. Você tem todo crédito pra desabafar, esbravejar, ficar indignada, ser chata ou relatar bobagens esparsas quando quiser. Se não puder me ver, fale mesmo assim; eu não vou estar tão longe que não possa te ouvir.
O mundo não seria vivível sem você. Vou lembrar disso sempre e sempre.
Te amo, amiga.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A caixa


Posso observar as pessoas escreverem e escreverem. Falam de vidas diferentes, nem sempre as suas, por vezes criadas, vidas felizes, vidas tristes, pessoas boas, pessoas ruins. Escrevem sobre tudo. Leio cada uma de suas palavras e admiro a sensibilidade depositada nelas. E é comparando essa sensibilidade às minhas desembestadas, esquisitas e insossas ideias que fica evidente a minha falta de jeito.
Não paro pra pensar no que dizer, não paro pra parar e poder contar que fiz isso, não vivo pra virar um conto de fadas ou uma tragédia. Minhas brilhantes deduções do óbvio são construídas em dois tempos de História numa quarta-feira qualquer, tão sem importância quanto toda quarta-feira, sempre entediante. Falo de mim porque não consigo falar dos que amo e fazer-lhes justiça no quanto são maravilhosos, nem falar dos que odeio, pois depois de 5 minutos não consigo me lembrar do mal que me fizeram. Inventar personagens é muito fácil, são outras vidas, que nem chegaram a nascer, mas as quais conheço muito profundamente, pois só existem pra mim. Bem-vindos ao cubículo onde começam as minhas desventuras.