terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Reveillon


Um ano passa voando, mas é, sobretudo, quase uma vida inteira. Vida nova, como todos desejam que seja a cada contagem regressiva dos últimos 10 segundos que restam ao passado.
E quando você pula de uma cadeira com o pé direito no chão, uma parte irracional na sua cabeça espera um ano perfeito. Eu esperei, por horas e mais horas, pra depois descobrir que desperdicei cada uma delas enquanto meus sonhos, aqueles velhos sonhos de sempre, eram deixados de lado. Esperando novos objetivos, novas vitórias, novos planos, eu esqueci dos que já tinha. Foi então que aprendi que manter é mais importante - e mais difícil - que conquistar. Ah, e as promessas? Prometi muito pra mim e pouco pros outros, talvez porque minha consciência se encarregasse de cobrar mais que olhares nada disfarçados, talvez por mais medo de decepcionar quem eu amo do que a mim mesma. Cumpri algumas, não posso dizer que foram todas; aliás, há tempos que venho tentando acertar as contas comigo. Mas sempre vem outro 31 de dezembro pra me fazer tentar, ou pelo menos querer, mudar esse jeito inconsequente de seguir seguindo.
'Esse ano vai ser diferente'.
E dessa vez vai mesmo. 2010 foi feito de 365 chances pra mudar o mundo e muitas outras pra mudar a menina que escreve essas palavras. Vou me lembrar de cada noite ouvindo Clocks antes de pegar no sono, do melhor 19 de novembro que já tive, do meu primeiro e único blog, dos meus outros e vários amores e daqueles mesmos e insubstituíveis amigos. 2010 foi idealizado, 2011 será cumprido. Novos dias, mas nem tudo vai ser diferente. Ainda vou gostar de Harry Potter, ainda vou usar All Star, ainda vou ouvir Coldplay e ainda vou ser eu, escrevendo aqui, jogando as palavras na tela e casualmente encontrando alguém que as leia.
A esses e também aos que não me conhecem, feliz ano novo. Chega de falar de sonhos, hora de vivê-los.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Alive


Vida é a duração desse intervalo entre o momento em que você é colocado no mundo e o momento em que é tirado dele. Viver é o quanto você consegue aproveitar esse tempo. Mas isso é teoria. Viver são coisas como aquele joelho ralado que está marcado até hoje, tardes que não deveriam ter fim, sorrisos provocados, olhares retribuídos, segundos tão importantes que mereceram toda a sua pressa para serem presenciados. Viver é quando você chega a tempo, quando está lá. É aquele 'eu te amo' que você ouviu e os que conseguiu dizer com toda sinceridade. Viver é a falta de motivos, o excesso de liberdade, os inúmeros sonhos e a montanha de vontades que você segura aí dentro do coração. E nas vezes em que tudo isso é apresentado à realidade, você se intitula feliz.
Valer a pena. É pra isso que lutamos, o porquê de ainda estarmos tentando.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

u need


Você sabe o quem dizem, 'você só precisa de um porre e um novo amor'. Acontece que mágoas afogadas em copos de cerveja ou lágrimas misturadas à bebida não resolvem nenhum tipo de problema, que dirá os do coração. Nessas horas, a falta de reflexos é menos oportuna que a falta de lembranças, afinal, sua intenção é esquecer, não distorcer. 
Quanto ao novo amor... quais são aqueles solitários que não desejam encontrá-lo? E quais são os que não o fazem da maneira mais errada? O jeito errado de começar, com a pessoa errada, na hora errada; o jeito errado de permanecer, de estar e não estar, de querer e mostrar que quer; o jeito errado de terminar, com as palavras erradas, pelos motivos errados.
Mas você sobrevive. Você aprende e passa a recomeçar sem mais delongas, dispensa os escândalos e os copos, e finalmente percebe que só a parte do novo amor já está de bom tamanho pra seguir em frente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


É tão fácil se declarar livre. Você está cheio de escolhas pra fazer, algumas por vontade, outras por obrigação, mas ainda sim escolhas. Falando assim, pode parecer que não há destino ou força capaz de tirar o controle de suas mãos.
Se eu pudesse, amaria com a cabeça e não com o coração. Resolveria de uma hora pra outra gostar de quem gosta de mim, com a mesma naturalidade de quem acende uma luz. Razões desconhecidas nos levam a crer que o difícil, doloroso, desgastante e complicado é tudo que existe quando você atravessa o espaço do seu umbigo e tenta encontrar alguém pra chamar de seu. Mas sabe de uma coisa? Passei a acreditar mais nas minhas escolhas, passei a duvidar menos de mim e, principalmente, passei a me perguntar o que eu quero e não quem eu quero. Descobri que nunca estive nem precisei estar dividida, pois pra mim a felicidade sempre foi a única opção, embora eu me esquecesse disso às vezes. De agora em diante, ela será mais do que prioridade.