sábado, 24 de dezembro de 2011

Pé de meia


Nessa época do ano, não é preciso ir muito longe pra encontrar as mais variadas opções de presente, certo? Pois eu resolvi fazer diferente. Futicando na net, encontrei alguns produtos interessantes e outros realmente bizarros, porcarias e utilidades, miudezas e trambolhos. Depois de peneirar bastante, eis aí uma lista de coisas bacanas e cheias de estilo pra encher os olhos, e outra das bugigangas mais esquisitas do mercado. Feliz Natal!

Ô, lá em casa!

  1. Porta acessórios de madeira em forma de baleia, perfeito pra organizar as coisas na escrivaninha.
  2. Moletom Zombie Attack, todo desenhado pra quem se deu mal com a galera de The Walking Dead.
  3. Abajur - ou a silhueta de um. Simples e bonito, é uma placa de aço com a lâmpada acoplada na parte de trás.
  4. Pen drive em forma de câmera fotográfica.
  5. Travesseiros diferentes, só pra descontrair a soneca.

Absolutamente (in)útil

  1. Sim, é quase o que você está pesando. Se o assunto é esquisitice, vamos começar com o Epic Win logo de cara. Teoricamente, esse objeto é um cachecol - o detalhe é só o complemento que todo mundo nota antes de olhar o pescoço de quem usa isso. Polêmico, não? MAMILOS!
  2. Pra quem quer um cobertor de orelha, isso aí passou perto. Por que sentir frio se você pode colocar uma touca na orelha? Brilhante.
  3. Lavar a louça é uma das coisas mais chatas do mundo. Sendo assim, você pode tornar sua tarefa menos monótona com essas luvas. "Wash hard" pra ser bem hardcore quando lavar os pratos.
  4. Quer causar? Faça do jeito certo com essa gravata de madeira. Coloque-a com um elástico em volta do pescoço e pode sair por aí combinando a peça muito bem com uma Avaiana de Paaaaaaaau!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


Ele apareceu sem estardalhaço e, se não queria nada, o que queria parecia ser muito pouco. O mundo é pequeno, mas o coração dela, tão menor, andava vazio o bastante pra que um só fosse capaz de preenchê-lo tão bem quanto ele preenchia aquele banquinho afastado. Por isso ela olhou, sem culpa e sem medo, e não ligou ao reparar que ele olhava de volta. Que fosse - ele lá, ela aqui. Mas ele caminhou despretensiosamente até o 'aqui' de onde ela ainda o observava, antes de desviar os olhos ao decidir que, daquela distância, sua mãe lhe diria que é feio ficar encarando os outros assim. Ele não disse oi. Deixou um comentário sobre o céu escapar como se ao próprio fosse direcionado, ainda que seus ouvidos esperassem por uma resposta vinda de alguém ao lado. Não veio imediatamente, pois ela sentia a imensidão sobre sua cabeça se dissipar frente àquela conhecida - e temida - sensação de acalento, irradiando mansamente sem ter por que. "Por quê?", aliás, era justamente o que ela se perguntava, não uma, mas em todas as vezes. O mais engraçado é que essa era a questão que ninguém conseguia calar, nem mesmo fulanos como o recém chegado a seu lado, que, depois um tempo, eram responsáveis por reafirmar sua dúvida ao virar as costas e seguir sua vida - sem ela. E pensar que sempre começava assim, sem estardalhaço, querendo nada ou muito pouco, pra terminar em um "por quê?" pairando no ar como palavras jogadas aos céus.
Mas o vazio acima (e não dentro dela) estava mesmo bonito. Ela assentiu e ficou pra ouvir mais um pouco do que ele tinha a dizer sobre o céu, a vida e outras bobagens.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Caro Dezembro,



Sei que você costuma receber muitos pedidos e carregar esperanças demais dos outros, inclusive algumas minhas. Parece que a responsabilidade de um ano inteiro recai sobre você quando 11 meses não servem pra dar jeito nas complicações de uma vida, como se o universo tivesse exatos 31 dias pra nos surpreender. Me pergunto se ficamos preguiçosos ou se as coisas estão mesmo difíceis por aqui.
Novembro me tratou muito bem, obrigada, mas não posso dizer o mesmo dos outros meses. Não por terem sido ruins, mas porque simplesmente não consigo lembrar do passado tão recente que deixei em cada um. Parando pra pensar, me veio a sensação de que Novembro também poderia ser chamado de Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro ou Outubro e passaria despercebido pelo engano. Tenho certeza que nenhum deles foi igual e mais certeza ainda que foram diferentes os motivos pelos quais me fizeram feliz... só me incomoda que pouquíssimos desses motivos retornem à memória. Acho que eu devia ter prestado mais atenção – não vi o tempo passar por falta de tempo.
Quem sabe eu pudesse dizer algo a mais se tivesse enviado minhas observações aos outros meses, assim como o faço a você. Fica pra próxima.
Aliás, gostaria que a tal ‘próxima’ fosse melhor em vários outros sentidos. Quem sabe ter mais tempo ou aprender a aproveitar melhor o meu; quem sabe pensar duas vezes – não uma, pra não ser descuidada demais, nem três, pra não ser receosa demais; quem sabe inventar menos problemas e ter mais desprendimento pra tratar dos inevitáveis. Quem sabe o que eu possa vir a querer. Por enquanto, Dezembro, já que você está aqui, aproveito a oportunidade pra agradecer a 2011. Se você suporta os encargos de um ano todo, também pode receber por ele os cumprimentos. Dispensando a retrospectiva e me limitando ao essencial, obrigada pelos bons momentos, os bons motivos, as boas companhias e os bons ventos que trouxeram mais alegria. Quanto a você, seja bom enquanto dure e não se deixe confundir, pois 2012 já está batendo à porta.

domingo, 27 de novembro de 2011

Domingo


Ainda dizem por aí que a morte é a única certeza da vida, mas ela era uma pessoa de sorte - tinha duas. A morte, do alto de sua respeitosa idade, era mais certa que nunca; por outro lado, segunda coisa da qual ela não tinha a menor dúvida era o domingo. Sua existência era contada por intervalos de tempo que compreendiam 7 dias exatos. Começava num domingo e de novo a cada outro. Por isso, além da morte, sua certeza era a alegria que prometia renascer em seu coração na próxima semana.
Domingo era o dia de visitas. Foi criado com a intenção de reservar momentos para que as famílias voltassem a vê-los, jogar conversa fora e saber se tudo estava indo bem por lá. Às vezes, até faziam frango no almoço. Haveria mais que 20 e poucas pessoas convivendo com a solidão. Mas domingo raramente era um dia em que o abrigo se tornava muito mais movimentado. Vez ou outra, aparecia alguém disposto a fazer uma boa ação, trocava duas, três palavras com quem estivesse sentado na varanda, circulava pelo lugar, consultava o relógio, contava 15 minutos passados e via que já era tarde. Em alguns desses domingos, ela tinha a sorte de se sentar sempre no mesmo banquinho perto das flores, caminho daquele que entrasse no varandão. Faziam as perguntas de sempre – “há quanto tempo a senhora está aqui?”, “gosta de morar no abrigo?” – e, por fim, a que ela mais gostava de responder. “E a sua família, vó?”
Tinha, sim. Era o filho único (moço bonito, ela dizia), religioso que se tornara pastor, querido pelos fiéis, muito mais que querido pela mãe. No dia em que ela pisou ali pela primeira vez, ele a apresentou à tal casa de repouso com tamanha distinção na voz que a encheu de orgulho por estar em um ambiente assim tão chique. Explicou que domingo era o dia de visitas e ele voltaria pra vê-la. “Por isso eu estou sentada aqui, moço”. Porque seu filho prometeu visitá-la há mais de 2 anos e era domingo.
Passava a manhã ali, reclusa em sua ponta de banco. A tarde chegava, fazia companhia a seu silêncio e ia embora. Há quem pense que sua paciência desfaleceria cedo ou tarde junto com a cor do céu, mas a verdade é que os tantos domingos que cabiam em 2 anos não foram suficientes pra tirar sequer o sorriso de seus lábios. Ela não contava o tempo em anos – ela contava o tempo de 7 em 7 dias. Domingo era dia de visitas, e ela ficava cheia de vida. De que importa se demorasse 6 dias até que o sétimo fosse a oportunidade de seu filho vir lhe ver? Não, ela não tinha somente duas certezas. Ela tinha três. Ele viria.
Perto do Natal daquele ano, algumas pessoas que a notaram sentada perto das flores e ouviram dela a história do filho quiseram por sorte esbarrar com ele por aí. De fato, uma delas chegou a encontrá-lo na rua de sua igreja, talvez indo pra casa depois de uma bela pregação. Apesar de todos os protestos despejados, as acusações e a dura repreensão que sofreu, ele respondeu fazendo uma simples pergunta – “E o problema é seu?”. Não era. Não é problema de ninguém. Não é problema nosso, nem da pessoa que tentou resolvê-lo confrontando o tão aguardado filho na rua, o qual, por 2 anos, também não teve problema nenhum. O problema está no sentido que damos às coisas. É usar o nome casa de repouso como bom eufemismo nas conversas, quando a maioria dos que lá estão não repousam, mas foram sim descartados. É falar do tal amor ao próximo, amor à vida, amor próprio, amor platônico e tantas outras variações, quando na realidade o amor, pura e simplesmente tal como ele é, foi esquecido até com os que estão bem perto.
No domingo daquela semana, souberam que o filho dela foi vê-la. A pessoa que o encontrara deixou claro que seus fiéis tomariam conhecimento do problema que, da mesma forma, não era deles, antes de virar as costas e não perder mais do seu tempo discutindo com quem lhe dava pouca ou nenhuma atenção. Ele foi recebido como se, ao invés de 2 anos, tivessem se passado 7 dias desde quando a deixou sentada no baquinho da varanda.
A idade avançada não lhe permitiu que chegasse ao Natal daquele ano. E depois de ter constatado a segunda e a terceira certeza de sua vida, a primeira se fez valer poucos dias depois que recebeu seu presente.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Embora levasse uma vida ordinariamente desprovida de entusiasmo, aprendera a valorizá-la depois de 16 (quase 17, ela enfatizava) primaveras, intercaladas com incontáveis outonos que só por ela passaram. Ela, que tinha nome, endereço e razões próprias, por vezes sentia como se nada lhe conviesse, perdida, tateando às cegas até reencontrar o fusível de seu coração para tornar-se protegida e confiante novamente.
Era absurdamente confusa, mas, por ser a única a saber disso, erguia a cabeça e ostentava nos olhos uma certeza que não vinha dela. Tentava se convencer de que, cedo ou tarde, a prática lhe daria autoridade sobre essa segurança - tão logo um novo blecaute a deixava sem rumo. Nessas horas, ela só fazia escrever. Talvez pela 'falta de luz' suas palavras saíssem cambaleantes, suas linhas tortas, as ideias com a firmeza dos passos de um bêbado. Fingia falar de si como se pudesse enxergar a própria vida de longe, distância que nunca excedia a que separava seus olhos do papel. 
Esfregou o rosto, soltou um suspiro e, algumas linhas depois, a caneta também. Todo texto precisa de uma conclusão, assim como sua história carecia de um 'enfim'. E pensando no desfecho que, até então, não lhe acometera, ela resolveu esticar o ponto final.

[...]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Quando eu digo que não levo jeito, não é nem parece mentira. Se desvio os olhos, torço as mãos, me distraio fácil com um ponto qualquer longe dali, é porque conservo a absurda imaturidade de não saber enxergar as coisas como são. Melhor, acho que enxergo bem demais. Por isso, tenho acreditado que não vale a pena dar mais que um "bom dia" de atenção, que dirá trocar meia dúzia ou menos de palavras em favor de uma causa perdida, diga-se de passagem, há tanto tempo que agora parece outra realidade. Já não sei tocar no assunto e também não tenho mais disposição pra evitá-lo. Talvez o nome certo seja desgaste, mas chamar de inconveniência não é assim tão errado. E, de repente, a questão volta, ele volta, com aquela eloquência característica pra dizer "oi" e achar que está tudo bem.
Não está.
Não tenho mais pique pra isso. Esgotei minhas reservas de complacência, esgotei as chances de erro por não ter tempo de sobra a perder. Se for pra escrever um novo capítulo depois de um livro quase em branco, com a ressalva de poucas notas de página, que não seja pra livrar sua consciência, como que desencarregá-lo uma obrigação com a própria moral, pra formar o bom moço ou cumprir as formalidades de uma boa educação. Do contrário, melhor deixar tudo como (não) está, pois a mim pensar de vez em quando no pretérito imperfeito já não faz bem nem mal.

Mas pensar no futuro...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Calmaria


Deixa estar, um dia desses me ocorre que nem preciso de bússola, luneta ou 3 voltas ao mundo pra achar o que insisto em não reconhecer aqui. Ainda enjoo desse mar, ainda volto à terra e aprendo que bom mesmo é pisar em solo firme e seguro. Cuida que rasgo esse mapa, já indistinto entre paralelos e meridianos, e desço desse barco, inútil quando o vento não sopra. A cada minuto, me convenço de que a surpresa em tropeçar no meu tesouro me fará mais feliz que sair por aí desbravando calçadas, espreitando os cantos da rua pra descobrir um nome que não conheço, um rosto que nunca vi e uma reciprocidade que, até então, parte só de mim.

sábado, 15 de outubro de 2011

Life in Film


Sou suspeita pra falar, mas já devia ter falado faz tempo. Há mais ou menos 1 ano, just fooling around como sempre, acabei tropeçando em Life in Film. Edward Ibbotson, Dominic Sennett, Samuel Fry Micky Osment são os quatro rapazes de Londres formadores da banda, que carregam o estilo britânico no jeito de ser e no som. Com guitarras marcantes em arranjos perfeitos, suas músicas têm melodias ótimas pra ouvir e dançar, além de letras lindas cantadas na incrível voz de Sam. Aliás, foi por ele que encontrei Life in Film. O vocalista também trabalhou como modelo da Burberry, e a marca promoveu acústicos de algumas bandas que podem ser conferidos pelo YouTube ou por sua página no Facebook. É claro que a banda de Sam não poderia estar de fora do projeto.
Foi assim que me deparei com The Idiot, e depois Alleyway. Apesar de ter me apaixonado pela versão acústica da primeira, deixo aqui o vídeo original da música, que é bem interessante.



Outras músicas que indico são Suitcase (minha favorita dentre as favoritas) e Sorry. Para mais informações, downloads e afins, visite o site oficial da banda.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Preservo essa mania de evitar elogios, merecidos ou não, que eu prefiro considerar um ato de carinho dos mais chegados ou exagero dos que não me conhecem. Alguns podem até direcionar olhares reprovadores, como se eu sustentasse uma relação de profundo descaso com o que sou capaz de produzir, e, portanto, um descaso comigo mesma. Pelo contrário; gosto do que faço porque o faço com gosto, e talvez esse seja o ponto crucial pra dignificar as palavras que partem de mim. Apenas. Além daí, só há uma autora que confunde a própria caligrafia com a de personagens que vivem dentro e fora dela, falando de fulanos nos quais se inclui por ter nascido com os olhos convenientemente perto do mundo e não tão distantes da alma. Sinceramente, estou nesse e em outros meio termos, de onde o som dos aplausos ainda não pode ser ouvido.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bergson


Ela agora esparramava seus porquês sobre a mesa não na esperança de achar um motivo, mas algo que mais parecia um pretexto. Pra quem aprendeu muito cedo a dar a mão à inteligência pra não andar por aí tropeçando no vento, ela estava se saindo muito bem, obrigada, até experimentar aquela curiosa sensação de saber exatamente o que é certo, mas ter a impressão de que o certo  não é exatamente o que se sabe. E mesmo querendo dar de ombros e seguir a intuição que nem lembrava de ter guardado em si, ela precisava prestar contas à consciência, fingindo que há muito não tinha despachado a tal inteligência de mala e cuia pela estrada afora. Mas o que dizer de alguém que se planejava até pra ser impulsiva? A pergunta ecoou em seus ouvidos e percorreu sua cabeça abarrotada de respostas sem encontrar uma que servisse. Talvez o conhecimento não pudesse fazê-la entender tudo e vida fosse além das verdades construídas depois de muito calcular. "Alguma coisa me diz..." - dessa vez, ela resolveu escutar.

sábado, 1 de outubro de 2011

Murphy


Sorte a dela de ter o pensamento sempre ativo, a memória viva e a imaginação desamarrada de critérios; o azar talvez estivesse no coração, que permanecia ali, permanecendo ele só. Mas cá entre nós, não somos movidos pelo que temos em mente? Não são 'questões de cabeça' que fazem os loucos, os gênios, os sábios e os sonhadores? Sua consciência estava tranquila, mantinha seus planos em paz e ainda lhe permitia usar o bom senso. Sorte a dela, repito, são poucos os que se entendem bem com a sua a ponto de mantê-la no lugar.
Era de se esperar, então, que a feliz casualidade de ter nascido com tamanha segurança pra ouvir a razão servisse pra guiá-la em caminhos e atitudes, ou pelo menos servisse pra qualquer coisa. Engano o dela. Já diz a Lei de Murphy, "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Nesse caso, seu único infortúnio foi o já citado no coração, que conviveu a possibilidade de errar em todos os tais a quem abriu a porta. Aplique a lei e é desnecessário dizer o que aconteceu em seguida. Por isso, mesmo que pudesse ser alguém baseada nas questões de cabeça - louca, sábia, como preferir -, aprendeu que há questões maiores, que fugiam ao trabalho tão cauteloso e esforçado de sua consciência. E, pelas questões do coração, a chamavam de poeta.

domingo, 18 de setembro de 2011


Acordei com vontade de abrir as janelas, arejar a casa, deixar a luz revigorar tudo sob si, iluminar os espaços, preencher de calor. Decidi abandonar a política do 'não ligo mais' com seus discursos de auto-suficiência, que rendem uma certeza incerta sobre como encarar o que nos incomoda; não engano a ninguém, não sei me manter insensível - e, agora, nem quero. A alegria e a dor são partes iguais do inteiro de cada um. Lidar com apenas um dos lados, ignorando o outro, é não saber lidar com nenhum dos dois.
Quanto aos dias que ficaram vagos, que eu possa dar-lhes um porquê (apesar do adiantado da hora); quanto aos que ainda serão contados aqui, que já sejam a explicação pura e simples de quem sou.

Se eu me interessasse mais pelo som da sua risada ao invés de tentar decifrar seus pensamentos, ainda hoje poderia ouvi-la, mesmo distante de mim, pois a colocaria debaixo do travesseiro pra que povoasse meus sonhos. Já seus pensamentos... esses só fazem me intrigar, não uma, mas duas vezes - quando por eles abri mão de seu riso e agora que, tenho certeza, não passam nem perto daqui.

domingo, 11 de setembro de 2011

zZz


Os dias rendem convívio, os abraços trazem conforto e os sorrisos, ultimamente, caso transpassem a admiração, são o início de novas ilusões. Nas noites, porém, os farrapos de inspiração que sobressaem a partir dessas observações morrem tão rápido quanto nascem, sem ao menos ter a oportunidade de se explicar. Vivo mais quando me permito fechar os olhos do que quando os mantenho abertos. Trocentas conclusões me acometem ao cair da noite e erguer do sono, mas duram o tempo de um suspiro, denunciando minha entrega - "...é, é por aí."
Preciso internalizar as respostas encontradas no fim da história, pra ter como princípio uma moral extraída de algumas metáforas. Quem sabe assim, na falta de portas de geladeira, adesivos e pedacinhos de papéis rasgados, eu gravasse alguns recados da vida onde nem a mais longa das noites, nem o mais pesado dos sonos, pudessem me roubar o x da questão.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Conta-gotas


Parece que aquela solução de dúvida diluída em desapontamento foi colocada em um conta-gotas perto do coração. Cada batida trépida provocou uma sensível agitação no líquido, fazendo uma gota por vez escorrer e despencar de mim. Por isso, essa essência secou aos poucos e as tais perguntas que ressurgiam quando você se distanciava tornaram-se amenas, quase retóricas. Já não era primordial entender o mapa no qual nossos caminhos seguiram por direções contrárias, já não fazia falta um consolo, nem tudo mais carecia de um lado bom pra não ser considerado perda de tempo. Me acostumei, é verdade. Depois das n tentativas falhas de somar 1+1 que com sorte viriam a ser 2, entendi que as coisas são como são, 'porque sim' é resposta e que o mundo é mesmo engraçado. Mais engraçado ainda é pensar que esse mundo inteiro, com todos as suas esquinas, setas e botas de Judas perdidas por aí, devia ter te levado pra qualquer lugar onde minha visão afetada pela miopia não permitisse te distinguir dos demais; no entanto, ainda sei seu nome, reconheço sua aparência e chega a ser incômodo não raramente esbarrar meus olhos na sua presença. Incômodo, e muito. Um desconforto do tamanho do meu silêncio.
É estranho escrever por sua causa, algo que não gosto e procuro não repetir - afinal de contas, se o acaso não te deixou bem longe, era obrigação do meu bom senso fazer isso. Contraditório, então, eu sei. Mas esse não é daqueles textos que nascem quando mais sentimos do que pensamos; esse é do tipo que ajuda a esfriar a cabeça, que transborda de realidade crua sem pretensão de entrelinhas. Contar um conto sem vontade nem forças pra aumentar um ponto sequer alivia meu cansaço, retém a exasperação com os meio-termos que não afastam (te afastam) de uma vez por todas. Se escrevo é porque estou a um passo de jogar tudo pro alto, falar umas verdades e soltar belo palavrão.
E se quer saber, aguentei até demais.

domingo, 4 de setembro de 2011


Ela era dessas que pensava. Nem sempre muito, nem sempre o bastante, às vezes mais do que queria, mas hora ou outra a pegavam desprevenida e longe de quem estava por perto. Deixava de ouvir, de falar, de dar socos em ponta de faca. Usava as grades de suas ideias pra impedi-la de fazer bobagem ou pra dar cabo e sansão às que já estava fazendo. Tinha necessidade de repassar os fatos e se perguntava se não havia perdido nada, já que invariavelmente seus planos - seus e muito próprios, que nasciam e cresciam tão somente nela - acabavam saindo do controle. E ela emudecia, revivia a semana, o mês, as cores e os rostos, transitando sem ser vista por entre tudo que já tinha visto, vivendo de novo sem poder viver novamente, apenas por observar o curioso e antes imprevisível desenrolar de suas atitudes. Faria tudo de novo se fosse capaz, não como o fantasma que era quando trancada em memórias construídas sob um ângulo torto, mas aproveitando melhor os segundos a que teve direito. Esse direito, ela bem sabia, é legado uma única vez; quem dera se dar conta mais cedo de que a saudade viria mais tarde, quem dera não precisar voltar atrás só de passagem e ter sempre consigo qualquer coisa que fosse eterna. Lamento no sentido puro da palavra ela não trazia, não alimentava tristeza, não guardava incômodos ou afazeres mal feitos. Só queria esticar as horas pra não se demorar mais em pensamentos, não voltar e voltar sempre ao que podia ter sido e não foi, quem sabe pra deixar - até que enfim -  uma nova 'ela mesma' acontecer. 

domingo, 28 de agosto de 2011

[A]posto


Só chegamos à conclusão correta quando os poréns acabam e paramos de aumentar os pontos e de ver mais que a realidade. Por mais que o mundo te dê 2 ou 3 motivos pra chorar, nunca faltará uma boa razão que devolva os sorrisos amuados nos detalhes bobos - e bem espaçosos pra encher nossos pensamentos e tomar suas preocupações. "A vida é difícil", nem sempre dá pra evitar, mas prefiro acreditar que certos são os que dizem que "a vida é boa, nós é que inventamos os problemas". Tomara que eu só esteja colocando apostos demais e, sem querer, dificultando a mensagem que devia ser simples de entender; que a confusão na minha cabeça não seja reflexo do mundo, mas o contrário. Porque se o problema está realmente aqui dentro (ainda que assim seja mais difícil de enxergar), estou mais perto de consertá-lo do que se estivesse em outro dos 7 bilhões de confusos alguéns.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pra ser assim




Seria mais fácil justificar os encontros e desencontros se houvesse um encarregado trabalhando como cupido em tempo integral, uma vaga aparentemente preenchida pelo tal que eles costumam chamar de destino, ao qual tantos confiam suas esperanças quando o aqui e o agora parecem não sair do lugar. Já fui desses que encaram o relógio a cada 15 minutos e veem que só se passaram 3, mas o tiquetaquear dos ponteiros na minha cabeça me fez pensar se realmente existe algo que 'era pra ser' ou se tudo o que queremos é ter quem encontrar. Sinceramente, somos feitos de esbarrões por aí - uns não rendem mais que tropeços, outros nos desequilibram e nos fazem cair no caminho de alguém. O destino que alenta toda paciência do mundo ao mirar os segundos, como que tentando empurrá-los mais depressa, feito de olhares e oportunidades cuidadosamente escolhidos para atender aos desejos de cada um, só serve a quem o acaso não serve mais, esse acaso que é um grande dar de ombros construído de idas sem vindas e vindas sem hora nem vontade de voltar.
No fundo e aos esbarros, me basta continuar andando.

sábado, 6 de agosto de 2011

Histórico


Parece que as palavras antes ditas estão desbotadas como as fotos caídas a um canto da prateleira, que alguém considerou guardadas apenas por descuido. Já não escrevo pelos mesmos motivos, nem com a mesma intenção, com o mesmo jeito ou os mesmos verbos. Hoje, vejo de longe e meio desconfiada o produto do que um dia me deu vontade de dizer, numa época em que o fio da meada facilmente se tornava um nó. Por falar nisso, já fui mais fiel ao que sentia, um nó, que, para minha sorte ou azar, acabou desenrolado. Sobravam assuntos, faltavam razões - entre muitas outras coisas. Aliás, de falta foi feito meu histórico, na construção e no enredo, mas, principalmente, nos personagens. Fui narradora por não ter escolha, por saber que ninguém de fora poderia contar o que se passava aqui dentro, e assim fiz as vezes da primeira pessoa que sempre reclamava por não ser a primeira pessoa, de fato. De onisciente nunca tive nada, embora acreditasse que era muito senhora do meu nariz pra saber onde metê-lo (mas apenas acreditasse). Como alguém que encontra velhas recordações por acaso, posso enxergar o antes com os olhos de quem sou agora, soprando a poeira pra manter conservada uma lembrança que, mesmo imperfeita, só existe pela certeza de um momento vivido. Essas antigas e gastas palavras serão recolocadas no mesmo canto de prateleira, disponíveis a quem estiver disponível, à mercê de quem a memória já trai.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

0.


Então vamos fazer diferente só pra manter o padrão. Vamos começar agora, e começar do zero, sem lembrar que há infinitos negativos antes desse ponto. Confesso que o recomeço já se tornou uma característica inerente a mim, às vezes por disposição própria, outras por imposição da vida. Reconstruo meu castelo de areia sem ter do que reclamar, já que a linha ininterrupta e irrefreável que é o tempo me permite partir a qualquer momento desprendida do passado, ao qual sempre - e somente - cabe ficar pra trás. E mesmo zelando, cuidando e me esforçando como nunca deixei de fazer, meu punhado de areia desmoronado é apenas adiável, pois certeza e solidez só existe mesmo na quebra das ondas. Nem por isso me falta coragem - ao contrário, talvez ela sobre pra fazer o melhor que eu puder se enquanto eu puder for bem pouco. Assim, deixo aqui registrado meu marco zero (ou mais um no meio daqueles que perdi a conta) pra separar o 'antes' mal feito do 'depois' em obras. Eis o início de mais uma tentativa, até que uma delas seja o motivo de um resultado. Já é um começo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011


Nem sempre foi assim. Admito que gostava mais quando as palavras escapuliam, ainda que eu reclamasse e torcesse o nariz por causa das consequências... melhor que agora, afinal empurrões e longos minutos olhando a tela em branco, esperando um não sei o quê de inspiração, não servem pra completar umas poucas linhas. Receio que algo tenha morrido em mim - e, mesmo não sabendo que algo é esse, já sinto imensamente sua falta. Há um tempo atrás, me disseram que todo mundo tem lá seus dias de bloqueio. Talvez fosse pela vontade cada vez maior de correr ao papel e contar em segredo o que a coragem não deixaria dizer com a voz, mas por vezes achei que bloqueio só existia pra quem esgotava o vocabulário ou perdia a paixão. Pensei que pudesse ir catando os contos, que estava me saindo bem, conseguindo disfarçar com o contexto o que eu realmente queria dizer. Esse silêncio que se assenta enquanto procuro ouvir minhas ideias só mostra que me enganei. Se eu estava certa - se é que alguma vez estive certa -, fui vítima (mais culpada que qualquer um) da primeira teoria. Quem sabe o problema esteja mesmo no vocabulário, nas palavras que não consigo encontrar, porque de paixão ainda restam algumas xícaras de chá entornadas no peito. Se eu estava errada, eis aqui os tais dias de bloqueio dos quais me alertaram, pois eles chegam pra todo mundo. Assim como insisto em remar contra a maré (baixa) e não desisto de completar mais um texto de fundo de gaveta, deixo meus votos para que as ideias - quiçá você também - não desistam de mim. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

9 3/4


O adeus veio dividido, como que adiando essa incômoda e inevitável despedida. Um fim cortado ao meio, uma saudade nunca tão única, que agora parece insolúvel na iminência da última vez. Em pouco mais de 24 horas, tudo faz questão de lembrar o quão sortudos nós somos por ter chegado até aqui - textos, fotos, frases, planos pro depois vazio que avança irredutível e sobre o qual temos pouca ou nenhuma certeza. Alguns soltam muxoxos exasperados e desdenham, mas agora não é hora de falar deles, e sim dos que apenas suspiram baixo com a explicação na ponta da língua - 'trouxas'...
Queria escrever aqui alguma coisa bonita e providencial pra preencher esse tempo que chega a ser injusto, tão curto ele é. Nem precisaria vasculhar os 7 volumes descansados ali na prateleira pra encontrar algo que pudesse repetir, mesmo quando lido por diversas vezes; agora, nos agarramos tanto à tentativa de evitar o final que temos vontade de reafirmar cada palavra, cada nome, cada personagem, pra assegurar que a magia existe e sobrevive[rá] em nós. Obrigado. E aqui tentamos colocar a gratidão àquela que escondeu a identidade nas iniciais, o agradecimento por milhões de vidas transformadas e muitas outras lições aprendidas. Não só a ela, que dedicou suas últimas linhas a sete pessoas, mas a muito mais que sete corações que acompanharam Harry até o fim.

"It all ends here."

domingo, 10 de julho de 2011

Verbete


E você, menina boba? Ficou aí colocando bobos da corte em tronos de rei, distorcendo os fatos pra encaixar as vontades, amontoando pouquinhos de afeto pra chegar a um - um bom motivo sequer que conviesse à razão. Sabia o que era certo, mas estava satisfeita enquanto o errado não desse trabalho. Insistia em alargar as ideias que por fim se tornavam elásticos frouxos, deixando as palavras soltas por falta de amarras, de utilidade. Conhecia o começo, meio e, sobretudo, o fim, mas quanto mais relia história, mais se afastava da moral. Cheia de certeza, incapaz de seguir os próprios conselhos. Tantos foram os presenteados com um pouco grande demais do seu coração... sim, presenteados, pois presente é entregue de bom grado, arranca-se a etiqueta do preço e só quem oferece sabe o quanto custou. Então, é inevitável não se perguntar: e você, menina boba? Qual a parte que lhe cabe?
Você não sabe o que quer, apenas pensa que sabe. Vai ouvir que "felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes." Não confie na durabilidade da felicidade, menina boba, essa felicidade permanente que você espera encontrar em alguém. "fe.li.ci.da.de. s.f. 1.Qualidade ou estado de feliz." É assim que o dicionário define isso que você vive procurando vindo dos outros e nem sabe o que significa. Estado de feliz não delimita tempo, então aproveite enquanto puder. Essa felicidade de 5 sílabas encerra sua sina, e acredite, você a merece - pela falta de sorte no jogo e nos provérbios, por tropeçar parada, não ser de pano, vidro e muito menos porcelana, amar a chuva e o frio, falar alto, rir esquisito, por não saber dançar balé ou simplesmente dançar, por ter um ciúme corrosivo de seus livros, ouvir rock no último volume, não se importar em combinar as meias e por cada minúscula peculiaridade que só deve saber quem te amar demais, pois o bastante não é suficiente pra tudo isso. Te desejo sorte, menina boba, mas, acima de tudo, desejo voltar daqui a um tempo e consultar o seu sorriso antes do dicionário pra saber o que é ser feliz.

sábado, 25 de junho de 2011

Desatado


Mania boba a de esperar pra ser surpreendida. Eu bem sei que reviravoltas, embora sejam obviamente imprevisíveis, dependem de disposição - a minha, a dele. Sei também que essa última talvez nem exista de sua parte, afinal, ele não cria forças nem pra mudar os próprios maus hábitos, que dirá mudar o meu coração de vez. É uma sensação parecida à de uma marionete nas mãos de quem tem pouca habilidade, um alguém que enrola os fios, sacode, torce e distorce do jeito que quer, um titereiro nada criativo, um evidente desastre. Eu ficava aqui, sendo jogada de um lado pro outro, na maioria das vezes esquecida num canto afastado do palco, imaginando o dia em que suas mãos tomariam meus cordéis com desvelo e me dariam vida.
Dias assim nunca chegam, enquanto horas de espera demoram a passar. Por isso, faz um tempo que mudei minha perspectiva e até as conclusões confusas que normalmente sucedem tais palavras. É fundamental ter 'segundas chances', mesmo que muitas delas já tenham sido trocadas por terceiras, quartas, quintas ou décimas pra satisfazer a metáfora. A questão não é oferecê-las a outros, mas sim a si mesmo. Aprendi a me surpreender antes de querer algum tipo de reação por terceiros, principalmente quando arranjei coragem onde só havia torpor. Se você se cansou de entrelinhas, já te digo que o segredo está em cortar os fios e começar a caminhar ser medo de se enrolar nas vontades alheias.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Dear 16-year-old me


E se você pudesse contar pro seu antigo eu o final do filme, ou pelo menos mais uma parte da história? E se você pudesse fazê-lo evitar as mesmas bobagens e os deslizes que cometeu? A experiência nos ensina a não repetir o que não deu certo, é um passo adiante com a garantia de que você não irá tropeçar; o problema é que só o tempo é capaz de fazer com que o esse estoque de conhecimento e maturidade cresça, bem como você cresce um pouco mais a cada novo dia que se segue. Não é possível recolocar a folhinha do calendário arrancada ontem, e logo, logo será a hora de substituir a de hoje também. Atrasar os ponteiros do relógio não atrasa os ponteiros da vida. Por isso, um grupo de canadenses e americanos que foram marcados pelo melanoma, um tipo grave de câncer de pele, participou de uma campanha em alerta ao problema. Essas pessoas generosamente dividiram um pouco de suas experiências pra mostrar que o que ficou no passado pode ajudar a tomar conta do futuro - uma verdadeira lição de vida.

domingo, 12 de junho de 2011

Reduzido a pó


Assim tem sido ultimamente - mesmo depois de fechar mais um capítulo e passar por tudo o que essas linhas acabam presenciando mais cedo ou mais tarde, só o que me resta é uma frase sem suporte nem contexto, um insight que morre tão rápido nas circunstâncias quanto nasce no pensamento. Tive milhões de ideias brilhantes e outras um tanto bobas nos últimos 5 minutos, mas nenhuma delas durou o bastante pra chegar até quem chegou a essa vírgula, como também nada tem durado muito pra mim.
Parece que as pessoas são como ciscos, estão sempre de passagem, talvez por estarem sempre perdidas; a diferença sutil aparece quando uma ou outra lágrima se espreme pelos olhos sem pedir permissão: as pessoas têm a culpa, os ciscos são a desculpa.
Ele era esse tipo de poeira despercebida que invade os olhos, incomoda, arde, irrita. Ao esfregar, corri o risco de me cegar por completo ou ter a vista embaçada por lágrimas durante um longo tempo... hoje sei que certo mesmo foi não insistir. O vento que o trouxe soprou esse argueiro em outras direções, e ainda que alguns minutos fossem necessários pra normalizar o vermelho dos olhos, acho que contornei esse pequeno imprevisto enxergando até melhor.

sábado, 4 de junho de 2011


Certo seria se o maior dos objetivos fosse ficar tudo bem no fim das contas, mas depois de um tempo - e muitos tropeços - você descobre que esperar por alguém não significa correr atrás da felicidade.
Olhando pelo outro lado, esse que seria o lado bom, acabei encontrando quem olhava por mim. Eu, que vivia repetindo o primeiro parágrafo como um disco arranhado por mais alguém indo embora da minha vida, ouvi em suas palavras que o espaço reservado a ele no meu coração jamais seria desocupado. Então, pra que contar os vazios remanescentes do que não deu certo se 'nada' foi tudo o que tive de quem eu não tive? Ele estava lá por mim, como esteve em todas as vezes, e não tenho motivos pra duvidar que assim vai ser ainda que haja uma eternidade por vir. Pra ele, guardo sempre o melhor sorriso do dia e a maior amizade do mundo. E como seria diferente? pra ele que é meu irmão, anjo da guarda e companheiro, sem nem cobrar hora extra, sem se cansar de me fazer feliz.

Esse texto é dedicado ao meu melhor amigo, uma promessa que fiz a ele e já estava passando da hora de cumprir. Espero que goste.

domingo, 29 de maio de 2011

Classificados


Coloquei minha sorte nos classificados, perdida em alguma página embaralhada e confusa do jornal da manhã. São letras expostas à vista de todos, mas pouco notadas em meio às manchetes do dia. Num canto da folha, lá está o aviso simples e direto: Doa-se um coração usado, mas ainda em bom estado de conservação, a quem realmente puder cuidar.
Sim, entregue apenas a quem saiba chamá-lo de seu e o guarde bem, a quem lhe dê valor acima das pequenas falhas e do desgaste deixado por quem não foi tão atencioso. Talvez um desavisado tropece nessas palavras ou antes tropecem em mim. Quem lê recados assim deixados pela vida, no mínimo procura por algo, e no máximo encontra alguém.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Esse tal


Querido tal,
Só vim me despedir. Estou começando pelo que deveria ser o fim - nada mais adequado a uma história que nunca chegou nem ao "Era uma vez...". Já devia ter dito isso, mas quando não me faltava coragem, me faltavam as palavras. Agora percebo que só precisava de uma: Adeus.
Por muito tempo - ou seriam muitos textos? - você foi esse tal que ocupou meus pensamentos e se fez presente mesmo na ausência, um sem querer que eu quis demais, tanto que depois do último ponto final você ainda não será capaz de imaginar. Tanto que eu podia querer sozinha, ou por nós dois. E é por isso que te escrevo agora, não pra dizer que vou continuar esperando pelo dia em que você dividiria esse querer comigo, mas pra mostrar que, por maior que ele fosse, nunca seria de fato amor. Pra isso, um só não é o bastante, e o meu frágil coração, esforçado como sempre, não daria conta do recado. Especular sobre o que poderia ter acontecido num passado distante é algo sem sentido e prefiro não fazê-lo. Não foi, passou.
Desculpe-me pelos transtornos, talvez tenha te confundido ao carregar seu nome de raiva e não muito depois deixá-lo escapar apenas pelo prazer da lembrança. A inconstância dos meus sentimentos sempre foi inversamente proporcional ao quanto eu pensava em você. Por isso, não estranhe se sumir de repente; vim te informar que vou arrumar a casa, mas você está de mudança.

Até - breve, tarde ou nunca mais.

domingo, 15 de maio de 2011


Estou torcendo minhas ideias pra ver se escorrem algumas palavras, ou, na melhor das hipóteses, pra tirar esse excesso de você. Nesses muitos minutos, apaguei mais do que escrevi, e é quase um milagre que essas linhas tenham sobrevivido. Estou perdendo o jeito. Confesso que, no início, pensei que teria um algo a mais pra registrar em cada texto sempre que batesse a já conhecida vontade de ir rabiscando as folhas. Pensei que os dias me reservariam motivos melhores que os que agora uso pra justificar essas frases, praticamente me desculpando por não ter mais o que dizer. Quis desviar o fio da meada, voltar as atenções pra outras presenças ou apenas não prestar atenção em nada, pra ver se daí nasciam novos contextos. Agora percebo que é só me distrair um pouco e meus pensamentos vão sondar despretensiosamente o lugar do meu coração onde você se escondeu. A questão é que por mais que minhas palavras tenham se tornado comedidas, elas nunca deixam de te procurar.

sábado, 7 de maio de 2011

De novo, de novo e de novo


Nessas idas e vindas de humor, nesse 'enche e esvazia' de expectativas, só consigo me perguntar por que nunca faço diferente. Não é possível mudar o passado, mas é possível olhar pra trás e ver onde se esconde o erro, os disfarçados poréns da vida que nos fazem quebrar a cara. Só eu sei o quanto é amargo o gosto de uma nova decepção, ainda que já tenha provado muitas. E mesmo conhecendo minhas falhas, me arrisco com facilidade, beiro o precipício o tempo todo e não hesito em me atirar, sem ao menos me dar o trabalho de fechar os olhos.
As esperanças são algo próximo da sensação de chegar aos últimos degraus na subida de uma escada enorme, ou avistar um brilho fraco no fim de um túnel extenso. Por mais cansado que você esteja, vai encontrar forças onde elas parecem não existir e apressar o passo, nem que seja só pra aguentar até o final. O que nos move é a certeza com que acreditamos no próximo passo, mas o que nos impulsiona é não saber como ele será.

domingo, 1 de maio de 2011


E quantas vezes eu pensei em fugir de casa pra nunca mais voltar, dar as costas pro mundo, pra tudo. E quando não dei o braço a torcer, mesmo que essa fosse a resposta mais simples pros problemas mais complicados. Já fiz tempestades imensas em copos d'água, mas outras ainda maiores caíram dos meus olhos por motivos pequenos. Agora estou aqui, ainda em casa, mais cedo ou mais tarde dobrada por alguns argumentos bem aplicados, cansada de drama, teorias demais e atitudes de menos. Perdi a conta de quantas vezes recorri às linhas do papel pra escrever isso, mas essa frequência de nada serviu pra me fazer aprender a mensagem. Talvez eu seja só isso aí, nada além de quereres, palavras não ditas, consolos vazios, um caso arquivado sem solução.

quarta-feira, 20 de abril de 2011


É um tanto frustrante ter tantas coisas pra dizer ensaiadas no meu coração e perder as palavras quando preciso usá-las. Por mais que aqui eu pareça segura, a sua presença é mais do que suficiente pra dissolver o meu chão, e, na iminência de cair - antes num abismo que nesse seu jeito tão sutil de me deixar desconcertada -, acabo me transformando numa boba sorridente que não lembra nem do próprio nome. Infinitos assuntos nesse mundo, milhares de coisas não ditas, milhares de coisas importantes e muitas e muitas milhares de coisas nem tão importantes assim... dentre tudo isso, eu só precisava de um fio de ideia que me trouxesse de volta a voz. Foi então que descobri alguma força inexplicável que irradia de você e me mantém anestesiada, com os olhos desfocados e esse sorriso brincando a contragosto em meus lábios. Essa força que destrói as minhas bases e me faz vulnerável é a mesma que não me permite ir embora de repente, jogar tudo pro alto, te largar no meio do caminho, no meio da minha vida, pra que o tempo se encarregue de me levar adiante e te deixar pra trás.
Eu nunca te disse, porque esse é o meu jeito de ser tímida e gostar de alguém, mas quem sabe uma hora a gente se esbarre de vez e você também se dê conta desse tal ímã invisível chamado amor.

sexta-feira, 15 de abril de 2011


Despercebidamente, cada coisa é colocada em seu devido lugar. Parece que a organização é uma parte fundamental no caos do dia a dia, desse jeito contraditório. Assim, enquanto tudo se ajeita, sou levada a seguir a ordem e entrar nessa espécie de prateleira onde livros completamente diferentes compartilham um espaço cuidadosamente separado, guardando histórias únicas que, em meio a tantas e fechadas em suas páginas, não saltam realmente aos olhos. Eu sou mais uma, alguma outra.
Esse meu quarto bagunçado não é apenas fruto do descuido que carrego desde sempre. É um dos poucos lugares em que eu existo em todos os cantos, nos casacos jogados, nas folhas perdidas, na montanha de livros, nos desenhos e bilhetes pregados na parede, canetas, chaves, moedas, enfeites, travesseiros e porcarias que não serviriam a mais ninguém. São nessas besteiras que me agarro e é nelas que me escondo. Ainda que ocupando o meu habitual e incômodo pedaço de prateleira, pra mim basta o quarto mal arrumado pra dar vida à minha história, igualmente desajeitada.

sábado, 9 de abril de 2011

Two Door Cinema Club


Três garotos com cara de nerd e uma banda de indie rock. Quais são as chances de isso dar certo? No caso de Two Door Cinema Club, todas. Sam Halliday, Alex Trimble e Kevin Baird são os componentes do grupo que lançou seu primeiro álbum no ano passado, mas começou a despertar a curiosidade do público logo em 2007, quando foi formado. Tourist History é o trabalho de estréia da banda, altamente viciante, com músicas feitas sob guitarras frenéticas e uma pegada dançante irresistível. O single Something Good Can Work foi o que me levou a descobrir Two Door Cinema Club, além de ser o primeiro emplacado pela banda. A versão que achei não era original, mas sim um acústico, que pode ser assistido aqui.
Essa é a versão original:


Confira também Costume Party e What You Know. Depois disso, vai ser difícil não ouvir o álbum inteiro da banda e ainda mais difícil parar.

sábado, 2 de abril de 2011

Despercebido


Ficou tão comum não te olhar nos olhos que agora é fácil passar ao seu lado e mirar o relógio sem realmente ver as horas, ou fingir estar distraída pra não notar sua presença mesmo quando você está a dois metros de distância. Só é desconcertante não te conhecer mais, tão esquisito que às vezes me pergunto se deveria te dizer meu nome, como quem se apresenta por educação a alguém que nunca vai entrar realmente em sua vida. De novo.
Nem percebi quando parei de ouvir sua voz, quando nos tornamos esses fantasmas, um apagado no rosto do outro. Hoje, me contento em andar por aí fingindo não ter a mínima ideia de quem você seja, escondendo até de mim que conheço suas verdades e seu jeito de ser. E fico aqui pensando se, do mesmo modo que algumas coisas suas deixadas na minha vida me vêm à memória quando te vejo, você também se lembra que eu sinto cócegas nas costelas, ou fico com covinhas quando abro um sorriso, ou ainda que gosto de rock. Acho que essas lembranças sejam uma perda de tempo e espaço na sua cabeça, e você já as tenha substituído por outras melhores. Esquecer eu já esqueci, não das suas bobagens, mas do jeito que um dia eu olhei pra você e senti admiração por quem você foi. Agora, mesmo que se passem muitos outros dias assim, sem poder te dizer um 'oi' e não ficar sem jeito, é por saber que você ainda está ali que quando eu olhar subitamente pro relógio, são os seus passos que o tique-taque baixinho vai estar marcando.

sábado, 26 de março de 2011


Um dia, vamos olhar pra trás e lembrar dessa noite. Talvez nos esqueçamos do mundo, de tudo, talvez a vida passe rápido e seja cheia demais pra deixar espaço nessa minha memória ruim, mas hoje essas luzes não vão mais se apagar. Depois que fecharmos os olhos e desabarmos em algum canto por aí, vou rever o filme do que vivemos há minutos, horas, há anos e anos e me perguntar por que algum dia ficamos insatisfeitos ou inventamos tantos problemas pra nos preocupar. Em noites assim se descobre que a felicidade está cruzando o nosso caminho o tempo todo, das formas mais improváveis, mas previsível quanto às pessoas que a trazem até nós. Tanta bobagem dita, tanta graça em coisas comuns, o que nos faz bem - e bem mais do que somos - nasce em momentos parecidos, permanece nas conversas, nas risadas e levamos conosco até nos levarem daqui. Portanto, só nos resta aproveitar.

sábado, 19 de março de 2011

Não é o meu caso


E se nada me convir? Não consigo retribuir sorrisos de plástico e essas pessoas que tentam a todo custo agradar os outros pra fazer média não me fazem bem. Não pertenço a um mundo de Barbies, troco uma sociedade de aparências por um cantinho sossegado na companhia de uma folha de papel, acordo descabelada, às vezes nem o sono vem ficar do meu lado quando mais quero não pensar. E esse é o meu jeito de ser chata. Emudecer de repente, não dar muita satisfação, sorrir apenas quando tenho vontade, ficar emburrada com coisas pequenas demais, preocupada com coisas pequenas demais, errar em coisas pequenas demais. O mundo às vezes fica desconfortável, e as pessoas são previsíveis de um jeito que eu prefiro evitar. Se ser fútil, inatingível, insensível e inquebrável são características que tanta gente ergue a voz pra comprovar, então eu vou continuar sendo a mesma esquisita de sempre. Choro, choro muito, fico brava, em pedaços, me refaço e me destruo o tempo todo, falo besteira e não ligo se todo mundo está agindo igual ou diferente de mim, apenas sou isso aqui - mesmo sabendo que muitos me observam e me reprovam em silêncio.
Estou feliz, apesar de tudo, feliz de verdade. Existem uns poucos, contados nos dedos, guardados no coração, que insistem em permanecer o tempo que for preciso, conhecendo minha chatice e meus hábitos incompreensíveis, arrancam mais sorrisos de mim, como se eu pudesse ser mais alegre ao seu lado, me mostram exceções para as regras falidas que invento, crescem comigo, me convêm. São eles que me dão essa certeza profunda e reconfortante de que tudo vai ficar bem, e ainda que eu olhe de relance e enxergue o mundo de cabeça pra baixo, eles vão me ajudar a desvirá-lo. 

sábado, 5 de março de 2011

get closer


Eu fico aqui escrevendo e escrevendo, com esse fio de voz que só o papel pode ouvir, gritando no silêncio para chamar a atenção dos mais distraídos. No fundo, 6 bilhões de olhos poderiam estar mirando o vazio, mas se os seus estivessem percorrendo essas palavras, seria o bastante pra mim. As circunstâncias são o que realmente mudam destinos. E se, no lugar de um coração mudo, eu tivesse coragem suficiente pra te encarar e dizer tudo o que só consigo contar em letras distorcidas? Passo mais tempo me perguntando se essa distância entre nós dois algum dia será menor do que tomando atitudes que possam de fato encurtá-la.
Que o mundo acabe, mas que acabe amanhã. Hoje, por dois minutos, eu quero que você me escute, ainda que em um sussurro. Não me preocupo mais com o que vai acontecer depois, porque desperdicei noites inteiras pensando em você e eu quando um gesto poderia reduzir tudo a um nós. Vou tirar essa dúvida de mim pra que a resposta esteja em suas mãos. Sim ou não, só quero que você saiba que, durante esse tempo todo, a razão – ou a falta dela –, os motivos, incertezas e 'quases' da minha vida foram seus. Te entrego cada um deles, na esperança de que você possa completá-los e me deixe estar, finalmente, ao seu lado.

sábado, 19 de fevereiro de 2011


Tudo fica mais simples quando o nível de expectativas sobre você está baixo. Ninguém quer muito, ninguém pede demais, ninguém espera grandes coisas, porque sabem que você tem um limite que estoura fácil. É até compreensível que, por mais errados que sejam, seus atos, pensamentos e palavras possam ser apenas relevados ou ignorados por tabela.
Então por que tentar algo acima do comum? Por que ser mais do que o básico? Ninguém quer viver sob um holofote, isso é certo. Mas dentro de cada um de nós existe força o bastante pra chegar mais além, por mais longe que se tenha ido. Experimentar essa força não nos torna heróis, só nos lembra quem realmente somos. Deixe que acreditem em você, que tenham consciência de que seus próximos passos não te fazem andar em círculos e sim avançar mais um pouco. O segredo não está em surpreender as pessoas, pois elas se impressionam facilmente com qualquer bobagem. Se o desafio é você quem faz, você é o único que pode vencer.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

script


O grande problema não são as vezes que não dão certo, e sim o monte de planos que você constrói. É a expectativa, a ansiedade e essa coisa de sonhar acordada que tornam tudo mais complicado. Vou juntando planos, tantos e tantos, pra hoje e pros meses, décadas e séculos seguintes, tentando infantilmente escrever o roteiro da minha vida; o pior não é ficar aqui calculando meus passos, mas ficar imaginando os de outra pessoa também - como se alguém tivesse obrigação de seguir um script. É inútil insistir em dizer 'de agora em diante', 'daqui pra frente' e essas coisas que iniciam frases resignadas, daquelas que te dão vontade de ser diferente, talvez mais pé no chão e cabeça feita ou simplesmente menos boba. Quantas vezes eu repito que cansei, quando tudo que sei fazer é cansar de ficar cansada. Meus planos não são mais futuros, são presentes, porque com muito pouco aprendi que o próximo segundo é o segundo da minha vida.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

toc toc


Meu coração é ocupado e desocupado de tempos em tempos, mas nem sempre seus novos inquilinos foram os melhores possíveis. Alguns não cuidaram do amor que dediquei, outros não retribuíram e outros ainda não souberam que um dia ele existiu. Muitos passaram mais rápido do que eu gostaria, enquanto outros demoraram mais do que eu podia permitir. E depois de receber tantos hóspedes esperando finalmente entregar as chaves da porta a alguém que merecesse, mudei meus planos e arrumei a casa. De que adianta colocar uma pessoa em seu coração se ela não pode preenchê-lo? É por isso que, ao invés de guardar pessoas, comecei a guardar sentimentos; ao invés de rostos, os momentos; ao invés de olhos, os olhares; ao invés de lábios, os sorrisos. Cansei de ver gente entrando e saindo da minha vida. O que eu quero são coisas duradouras, porque se hoje já não é suficiente, que seja pra sempre.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Tim Burton


Timothy William Burton, como consta no papel, é escritor e cineasta. Apaixonado por histórias de terror, suas obras têm um ar sombrio, gótico e surreal. Mas se você pensa que ele desenvolveu esse gosto por coisas soturnas depois de crescido, está meio enganado; Tim começou a trabalhar como aprendiz de animador nos estúdios da Disney - isso mesmo, aquele do Mickey, cheio de coisas fofas entre princesas e outras mais. Acontece que, quando era pequeno, ele gostava de ler livros do Edgar Allan Poe e ver filmes de terror, daí o interesse por coisas que a maioria das crianças não é muito chegada. Saindo das terras de Mickey Mouse, Tim participou de bons filmes, como Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice) e Batman - O Retorno (Batman Returns), mas foi em Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands) que todo mundo sacou aquele sujeito com cara de maluco. Além do mais, surgiu a duradoura parceria entre Tim Burton e Johnny Depp, que, convenhamos, deu muito certo. Foram 7 filmes juntos, incluindo A Fantástica Fábrica de Chocolate, Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da rua Fleet e Alice no país das maravilhas.


Mas o que eu realmente queria mostrar aqui é uma série de flashs criada por Tim Burton, chamada O mundo de Stain Boy, que pode ser acompanhada no youtube. Stain Boy é um personagem que apareceu no livro A morte melancólica do Rapaz Ostra (Melancholy Death of Oyster Boy), uma reunião de poemas escritos e ilustrados pelo cineasta, histórias sobre crianças com vários defeitos - Tim Burton's tragic toys, for girls and boys. Stain Boy, o menino mancha, trabalha pra uma agência policial e precisa investigar estranhos casos. Esses mesmos casos também são personagens tirados do livro de poemas, como Roy, o menino tóxico, e a garota que olha fixamente.
No site oficial de Tim Burton, aqui, você pode visitar uma galeria de desenhos feitos por ele, movendo Stain Boy. Mergulhe de cabeça no curioso mundo de Tim e divirta-se.