sábado, 1 de outubro de 2011

Murphy


Sorte a dela de ter o pensamento sempre ativo, a memória viva e a imaginação desamarrada de critérios; o azar talvez estivesse no coração, que permanecia ali, permanecendo ele só. Mas cá entre nós, não somos movidos pelo que temos em mente? Não são 'questões de cabeça' que fazem os loucos, os gênios, os sábios e os sonhadores? Sua consciência estava tranquila, mantinha seus planos em paz e ainda lhe permitia usar o bom senso. Sorte a dela, repito, são poucos os que se entendem bem com a sua a ponto de mantê-la no lugar.
Era de se esperar, então, que a feliz casualidade de ter nascido com tamanha segurança pra ouvir a razão servisse pra guiá-la em caminhos e atitudes, ou pelo menos servisse pra qualquer coisa. Engano o dela. Já diz a Lei de Murphy, "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Nesse caso, seu único infortúnio foi o já citado no coração, que conviveu a possibilidade de errar em todos os tais a quem abriu a porta. Aplique a lei e é desnecessário dizer o que aconteceu em seguida. Por isso, mesmo que pudesse ser alguém baseada nas questões de cabeça - louca, sábia, como preferir -, aprendeu que há questões maiores, que fugiam ao trabalho tão cauteloso e esforçado de sua consciência. E, pelas questões do coração, a chamavam de poeta.

3 comentários:

  1. Maldita Lei de Murphy associada com o coração. O coração já não escolhe as coisas, ou melhor, pessoas que dão certo, e a Lei de Murphy ainda vem pra fazer com a que a gente sofra mais e mais, por causa das nossas ilusões e falsas esperanças de haver algo com alguém.

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  2. Murphy, Murphy... Pra que essa espécie de profecia?!

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