"A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir..."
É
incrível como a gente consegue sustentar uma amizade em um mundo imperado
pela superficialidade de causas efêmeras. A passagem dos anos não teve
qualquer interferência sobre duas personalidades tão diferentes e
também tão iguais, complementando-se com a harmonia que só a unidade
sabe ter. E sempre foi assim - um por dois, dois por um e duas pra
manter contato, manter por perto aquele ombro que faz falta nas horas
difíceis e aquele sorriso que não pode faltar se a hora é de ser feliz.
Mas não foi fácil nutrir essa ligação que, por tamanha importância, já
confunde-se com laços de irmandade. É preciso empenhar-se pra cultivar
qualquer sentimento. Mobiliza esforços, tempo, cuidado e força pra
enfrentar o que quer que ouse interferir, até mesmo a vida, que às
vezes insiste em colocar obstáculos. De que outra forma se construiria algo sólido? Só quando temos com quem contar em todas as horas é possível
deitar-se à noite e enfim descansar tranquilamente. Todas as horas, sim - as 24 de um dia, nos 7 dias de cada semana, há... quantos anos mesmo?
Os tais quantos anos ensinaram que presença verdadeira não se faz notar por alvoroço, pois amigo não é visita a qual, depois de acolhida pelo tempo de se acostumar com as mudanças dos parentes que há muito não vê, se despede com dois beijinhos no rosto, vai embora e dá mais uns longos anos pras rugas se acumularem novamente. Quem está conosco, de fato, nem sempre encontra a casa arrumada e não repara a bagunça mesmo se a gente não pedir. É de casa. Cumplicidade não é coisa que se faça por via de um segredo sussurrado alto demais; é entendimento inaudível, abraço dado com um olhar, apoio incondicional, puxão de orelha com propriedade. É esse nó de marinheiro que nos une e mantém uma sempre rondando as imediações da outra, pronta pra rasgar seda na menor oportunidade.
Pois as gueixas que se cuidem. Está pra nascer ameaça maior que esse texto.
Escrito por mim em parceria com Silvya Fonseca, a quem dedico de todo coração cada uma dessas palavras, mesmo sabendo que ela apreciaria mais o sorvete de limão da minha mãe. Obrigada por tudo, sempre. Te amo, amiga.
Os tais quantos anos ensinaram que presença verdadeira não se faz notar por alvoroço, pois amigo não é visita a qual, depois de acolhida pelo tempo de se acostumar com as mudanças dos parentes que há muito não vê, se despede com dois beijinhos no rosto, vai embora e dá mais uns longos anos pras rugas se acumularem novamente. Quem está conosco, de fato, nem sempre encontra a casa arrumada e não repara a bagunça mesmo se a gente não pedir. É de casa. Cumplicidade não é coisa que se faça por via de um segredo sussurrado alto demais; é entendimento inaudível, abraço dado com um olhar, apoio incondicional, puxão de orelha com propriedade. É esse nó de marinheiro que nos une e mantém uma sempre rondando as imediações da outra, pronta pra rasgar seda na menor oportunidade.
Pois as gueixas que se cuidem. Está pra nascer ameaça maior que esse texto.
Escrito por mim em parceria com Silvya Fonseca, a quem dedico de todo coração cada uma dessas palavras, mesmo sabendo que ela apreciaria mais o sorvete de limão da minha mãe. Obrigada por tudo, sempre. Te amo, amiga.
Obrigada por cada pedaço da história dessa nossa amizade!
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